Não é de hoje que a memória se atualiza para manter viva a cultura num movimento necessário e constante. Os povos indígenas são agrupamentos humanos movidos pela atualização que a memória faz permanentemente e que é sentida pela utilização da palavra e dos novos elementos que ela incorpora enriquecendo as manifestações das culturas e o repertório oral de seus velhos contadores de histórias.

Estas sociedades perceberam que o mundo está em constante mutação e por isso estão buscando dominar o instrumental para atualizar a memória ancestral enquanto lutam para manter viva a tradição oral que sempre foi sua marca registrada.

Os eventos Caxiri na Cuia têm como expectativa trazer este debate para o universo da academia a fim de mostrar como esta atualização está se dando de forma a complementar – e não destruir – a oralidade dos povos indígenas brasileiros. Nossa intenção é contribuir para o desenvolvimento de um pensamento holístico que mostre a inter-relação entre Tradição e as tecnologias como movimento de continuidade e renovação.

Contando com a presença de importantes e representativos nomes do cenário nacional e internacional, o Caxiri na Cuia visa convocar a comunidade acadêmica - em todos os níveis – a refletir sobre os caminhos da literatura indígena nos dias atuais.

Por fim, nosso encontro é também uma celebração. É a celebração da resistência da memória. É a celebração do livro-memória que vai ganhando contornos e abrangências para além da nossa própria expectativa e vai nos mostrando que este caminho nos coloca dentro da grande Teia da Vida.